As definições nominais de religião têm a intenção de
«No contexto da experiência religiosa, a realidade da vida diária perde de forma dramática o seu estatuto de realidade suprema. Antes pelo contrário, parece ser uma antecâmara de outra realidade, uma realidade de uma natureza drasticamente diferente e não obstante de imensa importância para o indivíduo. Através desta mudança nesta perceção da realidade, toda a atividade mundana de realidade quotidiana é vista como radicalmente reduzida em termos de importância, banalizada — de acordo com Eclesiastes, reduzida a vaidade.» (
Deste ponto de vista, a religião é definida como o reino do extraordinário, o sagrado, «o outro». Por outras palavras, a religião é a esfera de atividade e pensamento humano que atrai por sua vez experiências que põem o indivíduo em contacto com algo inexplicável, maravilhoso, misterioso, majestoso, que não pode ser explicado através da racionalidade e teorias através das quais uma pessoa está consciente dos acontecimentos da sua vida. As instituições religiosas são aquelas que agem para regularizar, definir e explicar as experiências religiosas.
Para além da resolução de problemas e concretização de objetivos quotidianos, o caminho de Scientology promete, aos que se aplicam a compreender as suas práticas, um avanço gradual até uma felicidade duradoura e novos estados de consciência nunca antes sonhados possíveis. A culminação destes estados de consciência constitui uma experiência de liberdade total em que o indivíduo teria a capacidade de controlar o universo físico composto de matéria, energia, espaço e tempo, e alcançar uma total omnisciência. A consciência da vida e morte e a consciência do universo seria, por conseguinte, claramente evidente para a pessoa. A Igreja de Scientology declara:
«O Homem consiste em três partes: o corpo, que é pouco mais que uma máquina; a mente, dividida em analítica e reativa, que computa e contém pouco mais do que uma coleção de imagens; e o thetan, a própria vida, o espírito, que anima o corpo. […] A questão é que o thetan é superior, tanto ao corpo como à mente. […] Mas quais são os seus limites? Até que alturas é que ele pode ascender?
«Da procura por estas respostas surgiu o tema de Scientology e
«Esse estado é chamado Thetan Operante […]. Embora sem massa, movimento, comprimento de onda ou localização no espaço ou no tempo, o thetan é, ainda assim, capaz de realizar seja o que for. Assim, o Thetan Operante, ou OT, poderá ser definido como alguém que está a ser “causa consciente e voluntária sobre a vida, pensamento, matéria, energia, espaço e tempo”.
«Há, pois, motivos de sobra para que Scientology tenha sido descrita como realizadora da esperança mais básica que o Homem tinha da liberdade espiritual — ao eliminar os obstáculos acumulados durante eras e
Uma publicação da Igreja descreve da seguinte forma os resultados que podem ser obtidos ao alcançar o nível supremo de Thetan Operante:
«Estas verdades são essenciais para a sua sobrevivência como OT e a sua capacidade para alcançar a liberdade espiritual total. Os seus conceitos de tempo, o futuro e o passado, de repente mudam e experimentará um novo e incomparável nível de estabilidade e cognoscência que permanecerá consigo para esta e vidas futuras.» (Revista Source 99:21)
A diferença entre esta experiência de liberdade e omnisciência, por um lado, e a experiência comum do homem é clara. Para além disso, a doutrina de Scientology defende que aquele que segue o caminho proposto pode alcançar a experiência de «exteriorização», em que o thetan (espírito) deixa o corpo e existe numa forma independente da carne. Com a exteriorização, a pessoa seria capaz de ver sem os olhos do corpo, ouvir sem os ouvidos, e sentir sem as mãos, alcançando a certeza de que ele é ele próprio (o thetan) e não o seu corpo. De acordo com Scientology, a exteriorização do thetan faz com que seja óbvio que o espírito é imortal e dotado de capacidades que excedem aquelas que uma pessoa poderia predizer através de raciocínio quotidiano:
«O thetan é capaz de deixar o corpo e existir independentemente da carne. Exteriorizada, a pessoa pode ver sem os olhos do corpo, ouvir sem os ouvidos do corpo e sentir sem as mãos do corpo. O homem já tinha muito pouca compreensão do desapego da sua mente e do seu corpo. Com o ato de exteriorização, que pode ser alcançado em Scientology, uma pessoa adquire a certeza de que ela é ela mesma e não o seu corpo.» (O que é Scientology? 1992:147)
Por isso, Scientology
Em suma, tal como as numerosas religiões que internacionalmente constituem o «fermento religioso» das últimas décadas (as religiões de origem oriental, Pentecostalismo e as religiões