O ponto de vista «significativo» em antropologia é o que dá atenção à classificação de ideias dos que participam numa dada cultura. Isto
Perguntar se Scientology é uma religião do ponto de vista significativo, é perguntar se é considerada como tal nos contextos culturais específicos em que conduz as suas atividades. Como a Igreja de Scientology é uma instituição internacional, estes contextos são encontrados em muitos países. Por estas serem sociedades complexas, isto inclui numerosos subgrupos: os próprios Scientologists, instituições governamentais e estudantes de assuntos religiosos estão incluídos entre aqueles que têm tornado público declarações sobre este assunto.
Em primeiro lugar é possível observar que os próprios Scientologists apresentam Scientology como uma religião, nos seus escritos e documentos públicos. (Veja por exemplo, O Que é Scientology? 1993:1, 7, 141, 147, Compilações do Livro de LRH de O Que É Scientology? 1994:iii).
Em relação às instituições governamentais, Scientology tem sido considerada, para fins legais e isenção de impostos, uma religião nos países em que tem levado a cabo as suas atividades. As organizações governamentais que explicitamente declararam que Scientology é uma religião incluem:
Organizações do Ramo Executivo:
Ministério da Educação e Cultura da Baviera, 1973; Departamento de Estado dos Estados Unidos, 1974; Agência de Segurança Social de Angers, França, 1985; Gabinete Nacional do Serviço de Imigração e Naturalização, Estados Unidos, 1986; Distrito de Schöneberg, Berlim, Alemanha, 1989
Organizações de Impostos:
Departamento de Administração e Finanças de Zurique, Suíça, 1974; Departamento de Impostos da Florida, Estados Unidos, 1974; Gabinete de Impostos da Austrália, 1978; Conselho de Impostos e Franchise da Califórnia, 1981; Departamento de Impostos e Alfândegas do Canadá, 1982; Serviço de Impostos de Pau, França, 1987; Inspetor de Impostos Empresariais de Amesterdão, Holanda, 1988; Comissão de Impostos de Utah, Estados Unidos, 1988; Comissão de Impostos da Cidade de Nova Iorque, Estados Unidos, 1988; Gabinete Federal de Finanças, Alemanha, 1990; Comissão de Impostos de Monza, Itália, 1990; Comissão de Impostos de Lecco, Itália, 1991; Serviço de Rendimento Interno dos Estados Unidos, 1993, Departamento de Desenvolvimento do Emprego de Califórnia, Estados Unidos, 1994.
Corpos Judiciais:
Tribunal de Apelação de Washington, DC, Estados Unidos, 1969; Tribunal do Distrito de Colúmbia, Estados Unidos, 1971; Tribunal de St. Louis, Missouri, Estados Unidos, 1972; Tribunal Australiano de Perth, Austrália, 1970; Tribunal do Distrito de Estugarda, 1976; Tribunal de Munique, Alemanha, 1979; Tribunal de Apelação de Paris, 1980; Tribunal de Apelação do Estado de Oregon, 1982; Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Washington, 1983; Supremo Tribunal de Massachusetts, 1983; Gabinete do Procurador Geral da Austrália, 1973; Supremo Tribunal da Austrália, 1983, Tribunal Distrital de Califórnia Central, Estados Unidos, 1984; Tribunal de Apelação de Vancouver, 1984; Tribunal do Distrito de Estugarda, Alemanha, 1985; Tribunal de Apelação de Munique, Alemanha, 1985; Tribunal de Pádua, Itália, 1985; Tribunal de Bolonha, Itália, 1986; Tribunal Regional de Hamburgo, Alemanha, 1988; Tribunal de Berlim, Alemanha, 1988; Tribunal de Frankfurt, Alemanha, 1989; Tribunal de Munique, Alemanha, 1989; Tribunal de Hânover, Alemanha, 1990; Tribunal de Milão, Itália, 1991; Tribunal Administrativo de Hamburgo, Alemanha, 1992; Supremo Tribunal da Alemanha, 1992; Tribunal de Nova Iorque, 1994; Tribunal de Impostos da Itália, 1994; Tribunal Distrital de Zurique, Suíça, 1994; Supremo Tribunal de Itália, 1995.
Finalmente, estudos realizados por cientistas sociais normalmente referem-se a Scientology como uma religião, considerando que é parte do grupo crescente de novos movimentos religiosos.
Um dos primeiros estudos sobre Scientology, um artigo de Harriet Whitehead no livro Movimentos Religiosos na América Contemporânea,
De forma semelhante, a monografia escrita por Roy Wallis, «O Caminho para a Liberdade Total: Uma Análise Sociológica de Scientology» (1977) que analisa o desenvolvimento histórico e doutrinal e as transformações organizacionais que ocorreram durante a transição de Dianética para Scientology, coloca claramente o objeto de estudo dentro dos novos grupos religiosos. Wallis considera Scientology uma religião especialmente adaptada ao mercado religioso da sociedade contemporânea ocidental — como Wilson o declararia anos mais tarde. A ênfase sobre os benefícios que os membros receberão da sua prática religiosa neste mundo, a utilização de retórica distintiva e uma organização burocrática e racionalmente construída refletem valores ocidentais contemporâneos, visto que «a racionalização da vida no mundo tem criado instituições através das quais a salvação é obtida do racionalismo». (1976:246)
Frank Flinn, na sua obra «Scientology como Budismo Tecnológico» incluído no volume Alternativas às Principais Igrejas Americanas, afirma que Scientology é «o mais interessante de novos movimentos religiosos» (1983:89) e isto por «ter muitas semelhanças com o Budismo» (93).
Num capítulo do seu livro de 1990 As Dimensões Sociais do Sectarismo, Bryan Wilson afirma que Scientology seria uma «religião secularizada» e depois mostra que se encaixa numa lista de
Scientology é incluída como um dos grupos revistos em alguns dos livros mais importantes que estudam novos movimentos religiosos: Novos Movimentos Religiosos: Uma Introdução Prática do Professor Eileen Barker (1992) assim como na Enciclopédia de Religiões Americanas e Manual Enciclopédico de Cultos na América de
Em suma, ao adotar um ponto de vista experiencial, podemos observar que Scientology foi considerada uma religião no contexto cultural em que tem levado a cabo as suas atividades, incluindo declarações de agências governamentais, por membros da Igreja e de cientistas sociais que realizam estudos acerca de novos movimentos religiosos.