Pediram-me um comentário sobre a Organização do Mar como ordem religiosa dentro da religião da Igreja de Scientology. Com base nos meus anos de pesquisa e experiência com Scientology, considero um dado adquirido, inclusive pelas razões indicadas e descritas abaixo, que a Igreja de Scientology é uma religião legítima que inclui um sistema de crenças, práticas religiosas incluindo rituais e códigos de comportamento, e um corpo identificável de crentes que subscrevem e são sustentados por essas crenças e práticas religiosas.
Considero um dado adquirido [...] que a Igreja de Scientology é uma religião legítima que inclui um sistema de crenças, práticas religiosas incluindo rituais e códigos de comportamento...
A. Ordens Religiosas, Oriente e Ocidente
i. Ordens de Monges Budistas
No entanto, antes de poder abordar a Organização do Mar como uma ordem religiosa, é necessário abordar primeiro ordens religiosas, Oriente e Ocidente, para podermos obter uma perspetiva sobre a natureza e função destas instituições religiosas dentro da religião em geral. Há dois paradigmas básicos de ordens religiosas na história. O primeiro é a ordem de monges e monjas (Pali bhikkhus e bhikkhunis) fundada por Gautama Buda (ca. 563–483 a.C.), a seguir à sua iluminação ou despertar (bodhi). A primeira comunidade de crentes (sangha) de Buda era composta primeiro só de monges, depois monjas e finalmente seguidores leigos. O propósito das ordens religiosas então como agora é preservar, proteger e promover os ensinamentos de Buda e espalhá-los por todo o mundo.
O Buda chamou à sua religião a «Disciplina de Verdade» (Pali Dhamma Vinaya) e a sua regra monástica para homens e mulheres é exatamente isso, uma disciplina de verdade. O principal objetivo da religião budista e o propósito central das ordens religiosas é aceitar a busca para obter liberação (moksha) de dor física, emocional e espiritual para todos os seres sencientes. O Buda ensinou as Quatro Nobres Verdades que levam ao Nobre Caminho Óctuplo. As quatro verdades são (1) toda a vida é condicionada por dor e/ou miséria (dukka), (2) este sofrimento é causado pela avidez (tanha), desejo de coisas más ou desejo excessivo de algumas boas, (3) é possível a liberação deste sofrimento e (4) o caminho para a liberação é o Nobre Caminho Óctuplo. O Caminho Óctuplo consiste em desenvolver e manter (1) conhecimento certo, (2) atitude ou perspetiva correta, (3) discurso correto ou veracidade, (4) ação correta, (5) vida ou ocupação correta, (6) esforço correto, (7) atenção plena correta, e (8) compostura/conduta correta em todas as situações. Se segue estas Verdades e o Caminho Óctuplo, a pessoa pode então alcançar o estado de nirvana, um termo difícil de traduzir mas que inclui ideias tais como individualidade integrada, paz de espírito, bem-aventurança e, finalmente, liberação total do ciclo de samsara, nascimento e renascimento no tempo e no espaço.
Como nos códigos monásticos ocidentais, o Buda desenvolveu as regras, protocolos códigos de comportamento e castigos caso a caso. O primeiro Código Monástico Budista, o Patimokkha, continha 227 cânones ou regulamentos para homens e 331 para mulheres. Está contido no Vinaya Pitaka («Cesto de Disciplina»), o primeiro dos Tripatakas («Três Cestos») que constituem o Cânone Budista Pali de escritura. Este código, desenvolvido pela primeira vez dentro da tradição Theravada, veio a tornar-se o modelo para todos as códigos subsequentes nas tradições da escola Mahayana no Tibete, China, Coreia e o Japão.
Os monges budistas tomam votos de viver uma vida de austeridade e modéstia, entoar e meditar durante várias horas por dia. Especificamente, eles juram abandonar 10 atividades que os impediriam de realizar o Caminho Óctuplo: (1) matar com intenção, (2) roubar, (3) relações sexuais, (4) mentir, (5) tomar intoxicantes de qualquer tipo, (6) cantar, dançar, tocar música (num contexto secular), (7) usar perfume ou usar ornamentos do corpo, (8) sentar-se em tronos ou deitar-se em camas sofisticadas, (9) comer depois do meio-dia (a hora varia noutras tradições) e (10) manusear ouro ou dinheiro. Os monges e monjas budistas de Mahayana também tomam o «voto de Bodhisattva», prometendo salvar por compaixão todos os seres sencientes que sofrem, apesar de eles serem uma quantidade inumerável e de o esforço para os salvar levar milhares de milhões de anos.
A disciplina rigorosa dentro do mosteiro preserva a harmonia da comunidade para que os ensinamentos do Buda possam ser mantidos no alto lá dentro e transportados de forma autêntica para os leigos lá fora. Também há regras rigorosas de conduta quando se relacionam com o laicado e o público em geral. Os monges e monjas budistas são os portadores dos standards da religião budista.
Antes e a seguir à ordenação os monges e monjas budistas submetem-se a treino intensivo em todos os aspetos dos ensinamentos de Buda, no código monástico, bem como na aprendizagem psicológica, filosófica e metafísica. Esta última é especialmente abrangente no Budismo Tibetano. As regras da vida monástica abrangem tudo. Elas regulam como e onde a pessoa deve dormir, que túnicas usar e de que material devem ser feitas, o comportamento da pessoa dentro e fora do mosteiro, que medicamentos usar e como administrá-los, como procurar obter esmolas, e as punições que devem ser aplicadas por violar a regra.
No Budismo Theravada há dois tipos de infrações a regra. As primeiras, chamadas parajika (Pali «derrota») são as graves. Estas incluem (1) assassínio intencional, (2) relações sexuais, (3) roubo e (4) dizer que alcançou um grau de iluminação mais elevado do que aquele que a pessoa realmente alcançou. A última injunção mostra que os monges têm graus de meditação e iluminação a que aspiram e sobre os quais são obrigados a ser totalmente honestos. As freiras têm de evitar mais 4 parajikas, sobretudo relacionadas com relações sexuais. Se uma pessoa se envolve nestas, essa pessoa será «derrotada» do sangha permanentemente e terá de esperar pelo menos até à próxima vida para retomar o caminho para a iluminação. Thannissaro Bikkhu, o bhikkhu Patimokkha/O Código de Disciplina Bhikkhus, pp. 2–6.
O segundo tipo de infração é chamado sanghadisesa (Pali «ofensa comunitária»). Inclui uma variedade de infrações sexuais menores, acusar falsamente companheiros monges ou monjas e incitar ao cisma. Ao abrigo desta categoria a comunidade reune-se para julgar o ofensor e, dependendo do caso, impõe uma penitência para melhoramento ou expulsa um ofensor recorrente. Os regulamentos processuais são muito elaborados. Os tipos de infrações incluem assuntos sexuais (masturbação, relações sexuais enquanto sob voto monástico, solicitar esmolas para si ou para outros), construir uma cabana de meditação com donativos privados e sem a aprovação do sangha, levantar falso testemunho contra um companheiro monge ou monja e incitar ou apoiar um cisma dentro da comunidade. Ibidem, pp. 3–4, n.º 10. Existem numerosos manuais e comentários que tratam de todos os tipos de infrações e remédios.
Também há procedimentos e regulamentos para monges que simplesmente querem afastar-se da ordem religiosa mantendo ao mesmo tempo relações espiritualmente harmoniosas com o sangha. É comum na tradição Theravada os homens e mulheres jovens tornarem-se monges ou monjas durante um período de um mês ou mais e depois sairem e retomarem as suas vidas no mundo secular. O período de tempo que passam no mosteiro dá-lhes um «apoio» em liberação e iluminação para as suas vidas posteriores. Eles deixam o mosteiro de forma regular e ordeira que respeita os ideais da religião.
Os monges e monjas budistas vivem em instalações fechadas e vigiadas. Há portais para entrar e sair. Como acontece com os monges e monjas cristãos, um membro deve pedir autorização de um superior para sair do mosteiro e apresentar-se ao regressar. Como se vê claramente no Código de Disciplina de Bikkhu, todos os aspetos da vida do membro — habitação, períodos de estudo e meditação, alimentação, vestuário, maneira de pedir, contacto com monjas e leigos, comida, medicamentos, etc. — tudo isto é supervisionado e controlado de perto. Se um membro fugir em circunstâncias adversas — quer porque cometeu uma infração grave como nos parágrafos 14 e 15 acima mencionados, quer porque simplesmente partiu sem aprovação — os monges e monjas seus companheiros procurarão trazê-lo de volta para endireitar as coisas de acordo com os cânones. A razão é simples para o crente: simplesmente «fugir» seria expor-se à supracitada condição assustadora de moksha nesta vida.
Os mosteiros budistas aprovisionam receitas de várias maneiras. Entra muito dinheiro através de esmolas. Muitos obtêm receitas significativas de funerais e serviços fúnebres e outros rituais em honra de antepassados. Alguns produzem rosários e outros objetos sagrados como pequenas estátuas de Buda, turíbulos, bandeiras de oração e outros utensílios sagrados para venda aos fieis. Os mosteiros japoneses também produzem chá e outros produtos para sustentar o seu modo de vida. Mas quase todos os mosteiros em todas as tradições dedicam-se intensamente a copiar ou imprimir as suas escrituras para uso próprio ou para vender a outras fundações monásticas ou a pessoas devotas de fora.
O que é importante, no entanto, é ver que monges e monjas nas ordens religiosas consideram que todos os aspetos das suas vidas contribuem para a sua missão de obter liberação da avidez para eles mesmos e preservar o ideal de iluminação para o laicado em geral.
O que é importante, no entanto, é ver que monges e monjas nas ordens religiosas consideram que todos os aspetos das suas vidas contribuem para a sua missão de obter liberação da avidez para eles mesmos e preservar o ideal de iluminação para o laicado em geral. Até mesmo tarefas humildes — como arrancar ervas daninhas no quintal, cozer o pão, varrer os caminhos do mosteiro, limpar as latrinas — são compreendidos de maneira religiosa. Estas tarefas normais contribuem para o desenvolvimento das atitudes monásticas de humildade, modéstia e obediência, sem as quais o seu progresso nos estádios de meditação que conduzem à iluminação e a propagação do ideal budista poderia ser enfraquecido ou frustrado.
ii. Ordens Religiosas Monásticas Cristãs
As ordens religiosas monásticas cristãs desenvolveram-se a partir do desejo religioso de imitar a vida de Jesus Cristo. No fim do século III e posteriormente a forma de imitação assumiu uma direção ascética específica. Os monges no Alto Egipto procuraram imitar a estada de Jesus no deserto (Mateus 4:1–11, Marcos 1:12–13, Lucas 4:1–13) durante a qual ele jejuou, orou, sofreu e venceu as tentações de Satanás. Os primeiros monges, e as monjas que se associaram a eles, são chamados eremitas (do grego eremos «deserto») que viviam uma vida de celibato, jejum, oração e meditação em cavernas isoladas, juntando-se apenas para celebrar a Eucaristia aos domingos. Santo António do Egito (ca. 251–356) é o modelo do monge eremita.
Na segunda fase, monges e monjas em mosteiros separados, começaram a viver juntos. Esta forma de ordens religiosas monásticas era chamada cenobítica (do grego koinos «comum» + bios «vida») e descreve aqueles que se juntaram para partilhar uma vida comum imitando tanto Jesus com os seus discípulos e a igreja cristã primitiva cujos membros compartilhavam todas as coisas, incluindo os seus bens (Atos 4:32). Em breve os monges e monjas comunais desenvolveram regras que moldaram o padrão da sua vida comunitária. Eles reuniram-se em mosteiros comuns sob a supervisão espiritual de um abade ou abadessa. A primeira regra conhecida foi formulada por S. Pacómio do Egito (ca. 292–348). Ele foi visitado por S. Basílio de Cesareia na Capadócia (330–379) que adaptou a regra de Pacómio para a sua Asetikon, a regra modelo para o Cristianismo Oriental até hoje. A regra de São Basílio tornou-se, por sua vez, o padrão para a Regra de S. Bento, formulada por S. Bento de Núrcia em Itália (480–547). A regra de S. Bento, por sua vez, tornou-se o paradigma de regras de todas as ordens religiosas subsequentes e comunidades religiosas no cristianismo ocidental. A regra de S. Pacómio ainda está em pleno vigor e é observada pelos monges Coptas do Mosteiro Branco no Egito, o mais antigo na Cristandade, e de outros mosteiros Coptas noutros países. A regra de S. Basílio também está em pleno vigor nos mosteiros do Monte Athos na Grécia e em todo o mundo ortodoxo oriental. O mesmo se aplica à Regra de S. Bento que é observada diretamente pelos beneditinos em todo o mundo e indiretamente pelas muitas ordens religiosas católicas cujas regras foram moldadas pela de S. Bento.
Houve vários tipos de instituições monásticas. Algumas eram segregadas por sexo. Algumas incluem pessoas de ambos os sexos que viviam em instalações separadas mas se juntavam em dias festivos e celebrações especiais. Outras incluíam alas para monges, monjas e membros casados. Um exemplo destes últimos é o monasticismo cristão celta, que prevaleceu na Irlanda, País de Gales, Escócia e Bretanha até ao Sínodo de Cashel em 1172.
A Regra de S. Bento pode ser resumida na frase Ora et labora («Reza e faz trabalho físico!»). A regra exige que os membros tomem votos de castidade, obediência (ao abade ou abadessa) e pobreza (pessoal). Isto abrange todos os aspetos da vida monástica: roupa, comida, dormida, oração e cântico, ordenação, gabinetes dentro do mosteiro (abade/abadessa, reitor, deãos, despenseiro, etc.), correção de erros e excomunhão, etc. Estas regras são muito semelhantes às regras monásticas budistas. Nem todos as ordens ou sociedades religiosas cristãs tomam o mesmo tipo de votos, mas todas se comprometem com regras de oração, meditação, jejum e conduta. A Sociedade de Jesus, geralmente conhecida como os Jesuítas, toma os três votos de pobreza, castidade e obediência e ainda um quarto voto, de ir a qualquer lugar do mundo onde o papa os mande.
Sob o título de ora («Reza!»), exige-se aos monges e monjas beneditinos que recitem ou cantem as horas do Ofício Divino (Matinas, Laudes, Terça, Sexta, Nona, Vésperas e Completas) de acordo com o Salmo 119:164: «Sete vezes ao dia eu vos louvo pela justeza das vossas leis.» Ver Regra de S. Bento, Capítulo 16, p.31. Estas orações são acompanhadas por períodos de meditação sobre temas da Bíblia e escritos espirituais. Espera-se que os monges e monjas estudem não só a Bíblia mas outras belas-letras e filosofia que irão expandir o seu conhecimento teológico e vida de devoção. Este tipo de estudo é muito semelhante ao budismo.
Sob o título de labora («trabalha!»), monges e monjas envolvem-se em trabalhos físicos pesados e também mentais como disciplinas conducentes à vida espiritual (Regra, Capítulo 46). Na primeira categoria estava copiar, encadernar e transmitir textos da Bíblia, escritos teológicos e filosóficos que ajudam a compreender e interpretar a Bíblia e a Regra em si. Um dos códigos manuscritos da Septuagésima Bíblia Grega, chamada Codex Sinaiticus (data: ca. 350), foi produzido num mosteiro no Oriente, provavelmente em Cesareia na antiga Palestina, e preservado no mosteiro grego de Santa Catarina no Monte Sinai. Tanto quanto sabemos, quase todos os códigos, traduções e cópias da Bíblia são de proveniência monástica. Atualmente as ordens religiosas mantêm um controlo rigoroso de todas as publicações que têm a ver com a sua regra, teologia e outros ensinamentos específicos da ordem. Todas as publicações religiosas oficiais devem incluir um nihil obstat («Não há nada a impedir» a publicação do escrito) eclesiástico e um imprimatur («Pode ser impresso») oficialmente concedido pelo abade, abadessa ou outra autoridade da ordem religiosa. Da mesma maneira todas as publicações religiosas oficiais são supervisionadas e controladas pelo bispo de uma diocese ou por uma conferência de bispos, ou pelo papa católico romano em Roma ou pelo patriarca das igrejas ecuménicas ortodoxas do oriente em Istambul (Constantinopla). Uma conhecida tipografia monástica que atualmente imprime os tratados religiosos da ordem Beneditina é a St. Meinrad Abbey Press, uma instituição subsidiária de St. Meinrad Abbey em St. Meinrad, Indiana. A St. Meinrad Press, como as tipografias de outras ordens religiosas, empregam membros da ordem, que não recebem salários, e pessoas de fora com perícia especial, que são pagas de acordo com as tabelas predominantes.
Durante a Idade Média os mosteiros e conventos de freiras passavam horas incontáveis a criar manuscritos iluminados da Bíblia, tapeçarias enormes mostrando dramáticas cenas bíblicas e desenhos para as esculturas e vitrais que adornam inúmeras catedrais desde a Sicília até Inglaterra. Como exemplos, basta mencionar o Livro de Kells, agora guardado com a coleção de manuscritos do Trinity College, Dublin, a Tapeçaria Bíblica, mostrando cenas tipológicas do Antigo Testamento a apontar para o Novo Testamento, guardada na Coleção Burrell, Glasgow, Escócia, e a Catedral de Chartres. Para os plebeus iletrados da época, estas imagens foram, como numerosos historiadores de arte religiosa as descreveram, a «Bíblia em Pedra, em Pergaminho e em Vidro Colorido». Este tipo de atividade parece «trabalho» no sentido secular do termo, mas para o monge ou monja devoto isto era obra sagrada e parte do Opus Dei ou «Trabalho de Deus», para usar a frase de S. Bento, tanto como entoar o Ofício Divino das Horas, ou rezar e meditar.
A vida monástica incluía e ainda inclui amanhar campos, criar diferentes variedades de animais, gerir moinhos em riachos e rios para benefício do mosteiro e dos agricultores leigos da área circundante, desenvolver novos tipos de arados e maquinaria agrícola e fazer vestimentas (casulas, dalmáticas, etc.) e vasos sagrados (cálices, pátenas, incensórios, etc.) para cerimónias religiosas, e fazer objetos religiosos tais como ícones, imagens, rosários e crucifixos. Este tipo de trabalho era e é visto como parte integrante de toda a vida espiritual de cada monge ou monja.
Como com os códigos monásticos budistas, a Regra de S. Bento tem passos detalhados para disciplinar e excomungar ou readmitir monges e monjas desviados que se afastaram das regras da ordem. Regra de S. Bento, capítulos 23–28, pp. 36–39. As punições incluem ajoelhar-se com os braços abertos durante períodos longos, silêncio, mortificação por autoflagelação com um chicote ou uso de uma camisa de crina, refeições solitárias, disciplina física e, como último recurso, expulsão, mas o cuidado da alma do desviado é mantido na posição mais alta, de acordo com o número de prescrições encontradas no Novo Testamento. Compreende-se que um membro excomungado é aquele que abre mão da salvação e corre o risco do fogo de um inferno eterno. Os membros que se associam a um membro excomungado sem orientação do abade ou abadessa correm o risco de receber a mesma punição. Ibidem Capítulo 26, p. 38. A disciplina ocorre durante o «capítulo», tradicionalmente nas casas do capítulo. Dá-se o nome de «capítulos» porque as sessões que supervisionam a ordem do mosteiro e regulam a respetiva conduta eram precedidas pela leitura de um capítulo da regra da ordem. Durante o capítulo os monges ou monjas resolvem os assuntos da vida diária no mosteiro, incluindo a confissão pública de pecados e infrações contra a regra. Os membros pecadores geralmente são enviados perante comités de supervisão especiais de outros monges ou monjas, que determinam que tipo de disciplina ou punição convém à ofensa.
Como no budismo, os membros dos mosteiros cristãos e ordens religiosas podem deixar a ordem de forma legítima e harmoniosa. Como os monges e frades católicos romanos tomam votos solenes, em oposição a votos regulares ou temporários, eles têm de obter primeiro aquilo a que se chama uma dispensa (dos seus votos) do próprio Vaticano. Eles mantêm boas relações com a igreja oficial desde que observem os procedimentos adequados para sair, esperem até que a dispensa seja finalizada de acordo com os regulamentos canónicos e não acarretem escárnio para a igreja sua mãe. Se não cumprirem estes preceitos correm o risco de censura, interdição (exclusão de todos os sacramentos tais como Casamento, Reconciliação [Confissão], Eucaristia e Unção) e/ou de excomunhão, uma separação total da igreja e dos seus membros.
B. A Organização do Mar
A Organização do Mar, ou «Sea Org», da Igreja de Scientology teve a sua génese entre o pequeno grupo de Scientologists que acompanharam o Fundador de Scientology, L. Ron Hubbard (1911–1986), nas suas prolongadas viagens marítimas que começaram em 1967. Foi durante estas viagens que o Sr. Hubbard se dedicou a desenvolver os níveis espirituais avançados de Thetan Operante (OT) do processo de audição. Estes Scientologists profundamente dedicados que testemunharam o labor religioso do Sr. Hubbard formaram a Organização do Mar tomando votos de mil milhões de anos para mostrar o seu compromisso para com a Igreja de Scientology e a sua missão. Um voto de mil milhões de anos de um membro da Organização do Mar correspondente quase exatamente ao voto de Compaixão Infinita a que a pessoa se compromete para se tornar um Bodhisattva no budismo Mahayana: «O Bodhisattva resolve: Eu assumo o fardo de todos os que sofrem... Eu tenho de resgatar todos estes seres [sencientes] da corrente de Samsara [ciclo de renascimento resultante de fazer ações nefastas]... eu estou decidido a cumprir cada estádio de voto durante incontáveis éones, e por isso ajudarei a libertar todos os seres, em todos os estados de voto que possam ser encontrados em qualquer sistema do mundo.» Citado de Edward Conze, ed., Buddhist Texts through the Ages (Textos Budistas através dos Tempos) (New York: Harper & Row, 1954), p. 131. Este texto está de acordo com a crença de Scientology não só em termos de cosmologia (muitos universos ou galáxias), mas também em termos de duração do voto da Organização do Mar (incontáveis éones de tempo) bem como o objetivo espiritual supremo (liberdade).
Este padrão na história da Igreja de Scientology corresponde à formação da primeira sangha monástica à volta de Gautama Buda, aos primeiros monges que seguiram São Bento e à primeira comunidade Jesuíta que se formou à volta de Santo Inácio de Loyola (1491–1556). As ordens religiosas assumem seguir os ensinamentos das suas religiões de forma exemplar. Como os Dominicanos e os Franciscanos declaram, eles escolhem o caminho para a perfeição.
Os Membros da Organização do Mar comprometem-se sincera e eternamente a cumprir o Credo da Igreja de Scientology: a defender os direitos dos humanos, incluindo o direito espiritual à sanidade e a afirmar a bondade básica da humanidade e o objetivo supremo de sobrevivência que está intimamente ligado à salvação do espírito.
Os Membros da Organização do Mar comprometem-se sincera e eternamente a cumprir o Credo da Igreja de Scientology: a defender os direitos dos humanos, incluindo o direito espiritual à sanidade e a afirmar a bondade básica da humanidade e o objetivo supremo de sobrevivência que está intimamente ligado à salvação do espírito. Ver, O Credo de Scientology. O caminho para a sobrevivência é, em primeiro lugar, aclarar o planeta de todos os engramas, esses impactos negativos e traumas nas vidas das pessoas que combatem a sobrevivência, e elevar o maior número possível de pessoas ao seu potencial espiritual pleno, um estado a que os Scientologists chamam Thetan Operante (OT), alguém que detém controlo sobre a matéria, energia, espaço e tempo.
O termo «sobrevivência» dentro da religião de Scientology é a ideia teológica comparativa equivalente àquilo a que os budistas chamam moksha ou «liberação» e a que os cristãos chamam «salvação» ou «redenção». Para os Scientologists, a sobrevivência desenrola-se nos níveis das Oito Dinâmicas: (1) o impulso para a existência como um indivíduo, (2) o impulso para o sexo e família, (3) o impulso para a existência em grupos sociais, (4) o impulso para a existência como humanidade em si e não apenas como um grupo ou nacionalidade, (5) o impulso para a existência como parte do reino animal e não apenas como um género ou espécie dentro da natureza, (6) o impulso para a existência como o universo físico (matéria, energia, espaço e tempo), (7) o impulso para a existência como espírito, a que os Scientologists chamam Thetan e (8) o impulso para a existência como Infinito ou Deus.
Os Scientologists acreditam que a única forma de a sobrevivência ser alcançada em todas as Oito Dinâmicas é as pessoas deste planeta livrarem-se de engramas para que elas possam tornar-se completamente Thetans Operantes ao serviço da salvação da humanidade e do próprio planeta. A única maneira de tal acontecer é o maior número possível de pessoas obter treino e audição. Dentro de Scientology o grupo que se dedica espiritualmente «24/7» a assegurar que os objetivos religiosos essenciais e os processos de Scientology sejam preservados, protegidos, continuados, publicados e missionados para o mundo é a Organização do Mar. A Organização do Mar é vital para a sobrevivência de Scientology como uma religião mundial.
Como a Organização do Mar aplica um código teológico e eclesiástico tão essencial dentro da Igreja de Scientology, os membros da Organização do Mar subscrevem o Código da Organização do Mar que contém promessas e compromissos completamente de acordo com os tipos de votos tomados pelos monges e monjas budistas e cristãos. O Código de um Membro da Organização do Mar. Um voto é simplesmente uma maneira solene de fazer uma promessa religiosa. Essas promessas incluem tentar realizar as Oito Dinâmicas para o maior bem e o maior número de pessoas, providenciar o treino e a tecnologia de audição tão eticamente quanto possível dentro de Scientology, providenciar a liderança adequada a todos os outros Scientologists através do uso exato das tecnologias de treino e audição em Dianética e Scientology, mostrar ser um exemplo de serviço aos outros, mostrar conduta apropriada e ética elevada no trabalho, responsabilizar os colegas membros da Organização do Mar, e proteger a Organização do Mar de ataques e perseverar. Este nível de compromisso é típico de ordens religiosas ao longo da história.
Atualmente os membros da Organização do Mar são mais de cinco mil (5000+) em todo o mundo. Devido à sua missão especial dentro de Scientology eles supervisionam treino e audição em todos os níveis e ministram diretamente os níveis superiores de treino e audição. Os Membros da Organização do Mar, devido aos seus votos de manter e promover os ensinamentos autênticos do Fundador, L. Ron Hubbard, detêm a liderança e posições de staff essenciais nas principais divisões da Igreja de Scientology, incluindo o Religious Technology Center (RTC) e a Igreja de Scientology Internacional (CSI).
C. Vida Comunitária
Os Membros da Organização do Mar compartilham uma vida comunitária. Eles dormem juntos em pequenos grupos ou como casais casados. Eles compartilham refeições. Juntos eles fazem treino e audição, os sacramentos centrais de Scientology, para subir a Ponte para a Liberdade Total. Eles estudam as Escrituras de Scientology e as regras da Organização do Mar. Eles realizam cerimónias de celebração e assistem às mesmas juntos. Eles usam um uniforme comum. Eles também têm recreação como um grupo. Scientology compartilha todas as atividades religiosas deste tipo com membros de ordens religiosas em todo o mundo. Esta vida espiritual comunitária permite que a Organização do Mar cumpra a sua grande missão religiosa, a preservação e transmissão dos ensinamentos de L. Ron Hubbard e o cuidado e preservação exata e a prestação de treino e tecnologia de audição.
Como se pode ver no parágrafo 3 acima, eu próprio vivi a vida monástica durante seis anos. Os dormitórios comunais, refeições, atividades religiosas da Organização do Mar que observei, tanto em Hollywood em 1998 como na Base Internacional de Scientology em Gilman Hot Springs em 2009, são o paralelo exato da minha experiência como frade franciscano. Eu tinha refeições em comum, estudava a Bíblia, a regra da ordem e outros tratados teológicos com os meus companheiros frades ao mesmo tempo, rezava o Ofício Divino em comum, e usava o hábito tradicional da ordem franciscana. Se me é permitido observar, as acomodações da Organização do Mar, embora de modo nenhum luxuosas, eram claramente mais comódas do que as que eu experimentei como frade.
Há uma outra coisa que a Base de Scientology em Gilman Hot Springs compartilhava com os mosteiros onde eu vivi. A maior parte dos mosteiros cristãos estavam tradicionalmente enclausurados. O termo claustro em latim é claustrum e significa simplesmente clausura, uma palavra que deriva da mesma palavra latina. O propósito destes muros era manter os intrusos fora e preservar a santidade da vida religiosa de clausura dentro. Enquanto estava no mosteiro, precisei de autorização do tutor religioso para sair do claustro e tive de me apresentar no regresso. Todos os aspetos principais da minha vida eram regulados por regras da ordem e regulamentos do mosteiro onde estava, tal como descrito acima. À pessoa de fora poderá parecer que vivi num ambiente «tipo prisão», mas eu tinha escolhido esse modo de vida para procurar a minha salvação como frade e aceitei livremente as circunstâncias. Não há dúvida que estar lá dentro tinha restrições psicológicas e sociais. Mas podia sair, mesmo que isso significasse (e significou) que me veria sozinho com poucos recursos. Optei por sair de forma ordenada e canónica e por isso a minha partida não foi traumática, mas também podia ter «pulado por cima do muro» como outros fizeram. Na minha visita à Base Internacional em Gilman Hot Springs, observei exatamente o mesmo tipo de situação. Há pressões para as pessoas não saírem, mas se estiverem determinadas a isso elas podem sair. Assim como alguns podem reclamar que as restrições monásticas em que eu vivia eram «tipo prisão», também outros podem afirmar que as regras que cercam os membros da Organização do Mar impedem a liberdade deles. Mas os membros podem deixar e têm deixado a Organização do Mar da mesma maneira que membros de ordens religiosas budistas e católicas deixaram os seus mosteiros.
D. Golden Era Productions
A Golden Era Productions está situada naquilo a que os Scientologists chamam a Base Internacional ou a Base de Gold em Gilman Hot Springs. Tal como o Exército de Salvação usa títulos e imagística do exército para descrever o seu combate contra os males sociais e espirituais da sociedade, também Scientology usa terminologia náutica, em conformidade com a experiência de L. Ron Hubbard com o mar, como oficial naval dos EUA, e a sua conceção da jornada espiritual como uma viagem através do espaço e do tempo. Desta maneira o centro em Gilman é uma «base». Dispõe de gabinetes para o Religious Technology Center e a Igreja de Scientology Internacional, incluindo a Golden Era Productions.
A Gold é atualmente responsável por quatro tipos de produção e publicidade. Primeiro, produz os filmes, cassetes áudio e DVDs usados para treino e audição religiosos e para disseminar a fé de Scientology. Segundo, a Gold dispõe de instalações sofisticadas para preservar e restaurar os vídeos e palestras gravadas de L. Ron Hubbard, o Fundador de Scientology e Fonte suprema de todo o ensinamento de Scientology, para posterior distribuição. Terceiro, a Gold dispõe de instalações para tradução e reprodução de CDs, DVDs e palestras gravadas para o trabalho missionário de Scientology em todo o mundo. Quarto, a Gold produz outros materiais promocionais e de serviço público para uso da Igreja. A Gold também dispõe de instalações para a produção de E-Metros (eletrogalvanómetros) para uso em treino e audição.
Todas as organizações, produções e atividades de Gold descritas acima e observadas por mim são de natureza religiosa. De facto, elas são extraordinariamente semelhantes às organizações, produções e atividades em que participei ou que observei quando era frade.
O Religious Technology Center possui todas as marcas registadas de escritos religiosos de Scientology, incluindo Dianética. Tem a missão de supervisionar a eterna preservação, transmissão e aplicação fiel de toda a doutrina e práticas de Scientology contidas nas palavras escritas e gravadas de L. Ron Hubbard.
O Religious Technology Center possui todas as marcas registadas de escritos religiosos de Scientology, incluindo Dianética. Tem a missão de supervisionar a eterna preservação, transmissão e aplicação fiel de toda a doutrina e práticas de Scientology contidas nas palavras escritas e gravadas de L. Ron Hubbard. Scientology tenta fazer isso com o máximo de exatidão e minúcia visto que a Igreja acredita que a sobrevivência do universo em todas as Oito Dinâmicas depende essencialmente da aplicação exata e correta da tecnologia de audição. A missão e função do Religious Technology Center é essencial para a Igreja de Scientology. Os membros da Igreja acreditam sinceramente que desta preservação e aplicação meticulosa do treino e tecnologia de audição de Scientology depende a sanidade não só deles mesmos mas também de todas as outras pessoas no planeta. Nesta função, o Religious Technology Center corresponde exatamente à função da Congregação para a Doutrina da Fé no Catolicismo Romano. O propósito dessa congregação eclesiástica é supervisionar as publicações oficiais e ensinamentos da Igreja Católica e corrigir e disciplinar aqueles que ela considera heréticos ou que ensinam doutrina inexata.
As atividades do Religious Technology Center destinam-se a garantir que todas as formas de audição são ministradas devidamente e que a estandardização da tecnologia religiosa, estabelecida pelo Fundador, L. Ron Hubbard, é fielmente seguida, assegurando que a doutrina religiosa e prática seja mantida numa forma ortodoxa. O Religious Technology Center ao realizar estas funções é quase uma paralelo exato da Congregação Católica Romana para a Doutrina da Fé, que foi dirigida por Bento XVI antes de ter sido elevado ao papado. Esse gabinete religioso conduz exames, testes, e ensaios de escritos religiosos e práticas religiosas, de teólogos e leigos religiosos católicos para manter esses escritos e práticas em conformidade com a escritura (a Bíblia) e a tradição da igreja, incluindo os seus credos, concílios e decretos papais. Esta é uma forma de «verificação de segurança» quase idêntica à prática de Scientology. Nem o catolicismo romano nem Scientology acreditam que esta forma de supervisão seja «policiamento» ou «investigação» no sentido secular ou civil desses termos, mas sim o principal meio de preservar a ortodoxia das suas doutrinas e a conformidade das suas práticas com essas doutrinas. Ninguém questiona que todas as religiões do mundo têm o direito de preservar as suas doutrinas e práticas e mantê-las numa forma ortodoxa standard.
Esta exatidão tanto em Scientology como no catolicismo romano — que muitas vezes parece «obsessiva» para o observador hostil ou indiferente — é comum à maioria das religiões organizadas do mundo. O termo do Latim sacer significa alguma coisa que é «piedosa» e «perigosa» ao mesmo tempo. Por exemplo, os gregos antigos acreditavam que se não fossem feitos rituais funerários pela ordem correta precisa, dizendo as orações exatamente como foram transmitidas, e oferecendo os sacrifícios certos na forma e sequência certa, seguir-se-ia o grave perigo de a alma do falecido não atravessar para as Ilhas do Abençoado e, em vez disso, vaguear nesta terra perpetuamente a assombrar ou mesmo a prejudicar os vivos. A Igreja Católica Romana publica aquilo a que se chama O Ritual Romano que dá os detalhes precisos para conduzir ritos e cerimónias. Deixar de seguir precisamente a fórmula de um ritual — por exemplo, batizar alguém com água corrente enquanto se pronuncia a fórmula precisa «Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo» — pode tornar o rito completamente inválido e ineficaz. O mesmo critério se aplica ao modo como os membros de Scientology e da Organização do Mar pensam e agem em relação ao seu treino e tecnologia de audição. Isso tem de ser publicado e aplicado de maneira precisa. De outra forma, limpar um engrama de uma pessoa ou avançar para o nível de audição seguinte na Ponte é ineficaz e inválido.
E. Materiais Vídeo e Áudio de Scientology
O mesmo princípio de cuidado e exatidão se aplica às produções de áudio e vídeo. Na sua vida L. Ron Hubbard iniciou os projetos de vídeo e áudio para promover e ministrar a tecnologia apropriada para Dianética e Scientology. Hoje Golden Era Productions está simplesmente a cumprir a missão que lhe foi entregue pelo Fundador da Igreja. Os estúdios, equipamento e instalações em Gold servem o propósito original e missão do Fundador.
F. E-Metro
O mesmo princípio se aplica à produção de E-Metros em Gold. A uma pessoa de fora indiferente o E-Metro aparece como um eletrogalvanómetro para testar reações elétricas nas palmas das mãos. Para o Scientologist, o E-Metro é aquilo a que as religiões em todo o mundo chamam um sacramento. Em Scientology o treino e a audição são os principais sacramentos. Os objetos usados para auxiliar no treino e audição — muito especialmente o E-Metro — são sacramentais. O E-Metro é amplamente comparável aos utensílios e vestimentas sagrados usados no catolicismo romano (casulas, cálices, custódias, pátenas, turíbulos, etc.) ou no budismo (turíbulos, címbalos manuais, mandalas, cetros de diamante Vajra, etc.). Para Scientology, o uso do E-Metro é essencial para garantir que a tecnologia foi entregue de forma precisa e exata como L. Ron Hubbard determinou nos seus escritos e comunicações.
Para o cético, o pão e o vinho consagrados na Eucaristia da Igreja Católica Romana é simplesmente vinho químico e pão sobre o qual alguém orou. Para o devoto comungante católico romano e ortodoxo do oriente, esse pão e vinho são o Corpo e Sangue do seu Salvador. Para o cético, o E-Metro mede as cargas elétricas emitidas pelo suor das palmas das mãos. Para o devoto Scientologist o E-Metro indica estados espirituais da alma — quer persista um engrama ou outro impedimento ou a pessoa esteja livre para ascender ao próximo estádio espiritual na Ponte para a Liberdade.