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OS SERVIÇOS CONGREGACIONAIS DE SCIENTOLOGY
2 A disposição alegre para dar graças que prevalece nos serviços dominicais de Scientology e nas reuniões das
3 Um serviço litúrgico na Igreja de Scientology é praticamente despojado de imagens, ícones ou outros acessórios auxiliares de culto como os que foram adicionados aos elementos centrais de reverência na tradição cristã. Um emblema significativo é a característica cruz de oito pontas que é representada na literatura autorizada da Igreja. Também é uma característica das vestimentas dos ministros de Scientology, usada como um pendente, mas, fora disso, os símbolos decorativos deste tipo são poucos e são mais usados como crachás e com moderação.
4 O Credo da Igreja, da autoria do seu fundador,
5 A característica dominante na realização do serviço de Scientology é a pregação da palavra, que é o foco tradicional do protestantismo americano. Nas Igrejas de Scientology, a palavra não é retirada das escrituras cristãs, mas dos escritos e conferências de
6 Os serviços terminam com uma oração, que é proferida como súplica para que Deus possa interceder nos assuntos do homem a fim de lhe proporcionar liberdade do aprisionamento material. A dependência de Deus é evidente na medida em que o potencial do homem é concedido por Deus, e é evidente que, ao
O QUE É ADORAÇÃO?
7 Os elementos característicos da adoração, como estipulados na decisão Segerdal, constituem uma variedade de reações emocionais, que também são típicas das relações humanas como se manifestam nas relações sociais correntes, mas na adoração, a estas disposições é conferida uma profundidade e uma sacralidade mais intensas apropriadas para uma relação subserviente com uma entidade transcendente, concebida como o Ser Supremo.
8 O conceito deste Ser, juntamente com outros conceitos religiosos (e.g. céu, inferno) foi estabelecido pela primeira vez há séculos. Em tempos recentes, o conceito de divindade sofreu uma mudança profunda tanto dentro da tradição cristã como para além dela. É muito menos provável do que era até agora que deus seja visto em termos antropomórficos. No entanto, em contraste com esta evolução de conceitos, a linguagem de adoração e as disposições que ela pretende definir e evocar mudaram muito menos, se mudaram. A linguagem que descreve a adoração continua a pertencer ao foro pessoal. Dada a mudança em conceitos teológicos, a linguagem de adoração
9 A maioria dos britânicos acreditam em Deus quando a divindade é descrita em termos gerais mas, quanto à população como um todo, apenas uma minoria acredita num Deus pessoal. (A pesquisa do Reverendo Robin Gill mostra que aqueles que acreditam em qualquer tipo de deus, não importa quão ampla e abrangente a definição seja, diminuíram de quatro quintos dos entrevistados na década
10 Nos
11 Algumas das congregações cristãs inconformistas, sendo menos limitadas pelo uso tradicional, adotaram modos menos pessoais de manifestar a adoração. Os «quakers» não viram necessidade de se dirigir diretamente à divindade. O unitarismo, no
12 Tendo em conta estes diversos consentimentos tácitos relativamente à inadequada aplicabilidade de atributos personalizados à divindade e a incongruência das formas de adoração que vinham de sociedades medievais, bárbaras e hierárquicas, não é de admirar que os novos movimentos espirituais que emergiram no
13 Há muitas congregações religiosas registadas que não adoram segundo os critérios de Segerdal, como se pode ver na tabela abaixo. Pode
14 Pode ser necessário ir além disto — uma vez que nem todas as religiões geralmente reconhecidas envolvem crença num Ser Supremo. Assim sendo, se a adoração fosse considerada um componente essencial da religião (uma posição possivelmente duvidosa e problemática), a própria palavra «adoração» teria de ser definida em termos de «práticas concebidas para pôr uma pessoa em comunicação com a realidade espiritual básica». Isso, qualquer que seja a forma, é a função da adoração.
TABELA
As Confissões Religiosas |
Sumário de Práticas e Crenças |
Crença num Ser Supremo? |
A Adoração de acordo com os Critérios de Segerdal? |
A Escola Sankhya do Hinduísmo |
Um sistema de crença, não teísta, reconhecido como uma escola ortodoxa da religião hindu. A matéria primordial e a alma são não criadas e indestrutíveis. O karma governa os assuntos do homem — o renascimento é uma consequência de atos passados. Salvação é fuga da reencarnação. O conhecimento do sofrimento e das suas causas é o caminho para a libertação. Uma vez que o carma determina as possibilidades de vida de cada um, a oração de súplica (muitas vezes uma característica fundamental na adoração em outras religiões) é evitada. Todas os conceitos de divindade são rejeitados — uma religião ateísta. |
Não existe crença num Ser Supremo. |
Não. |
O Jainismo |
Uma divisão do hinduísmo. Carma: elementos estranhos de carma sobrecarregam a alma. O esquema jainista das coisas não deixa espaço para um Deus criador. Os grandes professores não são considerados divinos, nem há aí uma revelação divina. O jainismo é em essência um sistema ateísta. Os «Devas» (semi-deuses) são reconhecidos, mas não determinam o destino do homem e não são adorados. O meio de salvação (superando os renascimentos) é a prática de uma ética asceta, que liberta a alma e anula o carma. |
Não existe o Ser Supremo. A lei de causa e efeito é o princípio fundamental da vida. Os devas locais não são adorados. |
Não. |
Taoísmo |
Operando entre populações chinesas ao lado do Budismo, dos antigos cultos e do sistema ético do confucionismo, o Taoísmo promove um cosmogonia religiosa, organiza festividades no templo, fornece ritos de passagem. Os seus ensinamentos místicos abarcam um complexo universo de seres espirituais e mestres celestiais que reinam sobre o céu, a terra e o homem. |
Creem em várias entidades místicas num esquema cósmico complexo mas sem um Ser Supremo como tal. |
Não há correspondência direta. |
Budismo Theravada |
A lei universal das questões de causa e efeito no carma: |
Não existe o Ser Supremo. Os devas estão sujeitos ao mesmo sistema de renascimento que os seres humanos. |
Não. |
Budismo Nichiren |
Este ramo do budismo (Nichiren nascido no Japão em 1222) diz respeito a encarnações subsequentes do Gautama Buda como tendo transcendido o esclarecimento que ele trouxe. A verdade fundamental está encapsulada no Lótus Sutra, cuja mera invocação é suficiente para liberar a totalidade de benefícios para os crentes. Os budas reencarnados não são deuses, são apenas os veículos através dos quais a iluminação progressiva pode ser alcançada. Todos os leigos têm a possibilidade de alcançar o estado de perfeita iluminação de Buda, sendo a felicidade neste mundo um direito seu. |
Não. O universo é regulado pela lei impessoal de causa e efeito — o carma, como experimentado pelos seres humanos. |
Não. |
Quakers (Sociedade dos Amigos) |
Ênfase especial na «luz interior» (a voz da consciência). Não existe ritual, obediência, súplica, nem declaração de credo formalmente aprovada. As reuniões assumem a forma de meditação coletiva. Não é exigido acreditar num Ser Supremo, apesar de tal entidade não ser negada e muitos acreditarem nele. |
Um Ser Supremo pode ser reconhecido, mas o espírito de Quakerism |
Não. |
Ciência Cristã |
O homem é puramente um ser espiritual e o mundo material é ilusório, a sua realização sustenta a cura física e até mesmo a imortalidade. Estas ideias são atribuídas a Jesus, que não era Deus, mas sim um homem e um exemplo. Aqui há crença em Deus, que é frequentemente referido em termos cristãos convencionais como um deus antropomórfico, mas mais distintivamente por meio de sinónimos, Mente, Alma, Espírito, Princípio, Vida, Verdade, Amor, não sendo as disposições para com nenhum deles expressas em linguagem tradicional realmente apropriada. A Senhora Eddy (fundadora nascida |
Aqui há crença num Ser Supremo. |
Apenas consenso parcial. |
Unitários |
Rejeitam a doutrina da Trindade e procuram congruência de religião e razão. Permissivos em relação a credos, doutrina, autoridade bíblica e formas litúrgicas, os Unitários tendem a salientar os compromissos éticos em detrimento da obrigação de rituais. Alguns Unitários são declaradamente agnósticos ou mesmo ateus. |
A crença num Ser Supremo não é exigida e muitos Unitários não acreditam num Ser Supremo. |
Não. |
A APLICAÇÃO DOS CRITÉRIOS SEGERDAL A SCIENTOLOGY NOS DIAS DE HOJE
15 Independentemente do caso
16 Há um ministério regular em cujas mãos se encontram os preparativos dos serviços e a sua realização de acordo com os regulamentos da Igreja, que são o equivalente às regras de fé e ordem nas congregações cristãs.
17 Os serviços são decorosos e dignos. O estado de ânimo predominante é expressivo e extrovertido, em consonância com a orientação positiva e otimista dos ensinamentos de Scientology.
18 Na decisão de Segerdal,
19 Os serviços de Scientology começam com a leitura do Credo da Igreja, que é a declaração dos direitos do homem. Uma leitura superficial poderá sugerir que este credo não estabeleceu o critério primário das características de adoração estabelecidas na decisão de Segerdal por Buckley LJ, nomeadamente a existência de um objeto de adoração a que os crentes se submetam. Uma leitura mais atenta torna evidente que o credo, embora não afirme formalmente a existência de Deus nem declare a sua supremacia sobre todos os outros seres humanos, na verdade aceita a sua existência como verdadeira. Ao asseverar que «nenhuma entidade inferior a Deus tem o poder de suspender ou desprezar estes direitos [humanos]», há um reconhecimento implícito de Deus e da sua supremacia, a que a humanidade está sujeita.
20 O Serviço Dominical inclui oração e termina sempre com uma oração fixa. O foco da oração está na liberdade humana, e
CONCLUSÃO
21 Tendo em conta que os Scientologists acreditam num Ser Supremo e que os seus serviços congregacionais incluem expressões de respeito e reverência por esse Ser Supremo, e que procuram a intercessão desse Ser Supremo através da oração, concluo que os serviços de Scientology, atualmente, vão ao encontro dos critérios rígidos da adoração estabelecidos no caso de Segerdal — mesmo que os serviços de algumas congregações religiosas grandes e universalmente aceites não satisfaçam estes critérios.
Bryan Ronald Wilson
8 de fevereiro de 2002
Oxford, Inglaterra